Ele me disse que eu tinha que procurar meus velhos amigos de novo, mesmo que eles não me ouvissem, mesmo que eu não quisesse falar sobre tudo o que aconteceu que eu devia procurar, que era um dever meu, ele disse que eu sabia que tinha ferido todos eles, eles não iam ter intenção de me ferir, só iam tentar se defender de mim, que eu deveria ser eu mesmo, frio, calculista, mas tentar não ferir mais ninguém e principalmente não sair ferido, eu teria que encontrar um meio termo, uma nova forma de ser eu mesmo que fosse boa para os outros, mas eu disse que eles pareciam melhores sem mim e eu não iria me aproximar, eu sentia falta deles, todos os dias, mas isso iria morrer comigo.

Meu pai insistia que eu devia sempre dar mais uma chance para as pessoas.

Vale a pena sempre acreditar nos outros, às vezes você vai dormir achando que você é um bosta por ter sido enganado, mas na maioria das vezes fica feliz por ter se arriscado, ou no mínimo percebe que o mundo não acabou e no outro dia você acorda mais otimista.

Eu tentei encontrar meu Amigo mais algumas vezes, tentei me tornar uma figura irritante, mas presente, mas eu não sabia mais como entrar no assunto, parecia que simplesmente não fazia diferença, que a história toda tinha passado e que eu era passado também, meu pai dizia que não importava o que os outros pensavam, ele ria e dizia que eu tinha que seguir meu coração haha mesmo que todo mundo acreditasse para sempre eu deveria parar de querer mudar opiniões e aceitar e... "como você diz, continuar andando né? hahhaha"

Eu continuei tentando me aproximar sem sucesso, marquei um dia que seria a última tentativa, eu tentaria mostrar que pessoas erram, que eu errei, mas sempre seria um bom dia para um recomeço, então marquei de encontrar em uma data que eu recordaria, no primeiro dia de Abril, 30 dias antes do meu aniversário e também conhecido como o dia da mentira.

O encontro foi tão frio quanto eu dizia que eu era, mas não por escolha minha, eu me preocupava na época e me preocupo até hoje com ele, mas eu respeitei, fui para um lado, ele para o outro e não mais o procurei.

Dois meses depois meu pai faleceu, ele se sentiu sozinho, tão sozinho que não suportou e foi então que eu percebi o que é realmente sentir falta de alguém.